sexta-feira, 5 de junho de 2009

Companheira morre em explosão, na França

Companheira anarquista morre ao manipular um artefacto explosivo em França


A explosão teve lugar na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, numa fábrica abandonada de Cognin, enquanto dois jovens manipulavam uma bomba caseira contida dentro de um extintor.

Pesquisando por algumas páginas em italiano e francês, deparamo-nos com um lamentável facto ocorrido no passado 1 de Maio, uma companheira anarquista francesa havia falecido com a explosão de um artefacto que manipulava juntamente com o seu companheiro. A informação era breve e ao traduzi-la para espanhol não oferecia muitos detalhes. Com a limitação da língua, tentámos encontrar mais informação mas nada mais aparecia, até que um companheiro desde Itália nos confirmou a triste notícia e nos enviou mais informação sobre o ocorrido. Lamentável é que ocorram estas coisas e é também lamentável que só depois de um mês se saiba.

Solidarizamo-nos com os companheiros franceses que devem estar a passar por momentos difíceis, entendemos a sua dor porque a vivemos na própria pele, com a partida de Mauri em semelhantes circunstâncias.

Que a dor não nos paralise e que a raiva se transforme em solidariedade activa com os companheiros caídos em combate.

Companheira Zoe, companheiro Mauri, Presentes!


Os factos

A explosão aconteceu na noite de 30 de Abril para 1 de Maio, numa fábrica abandonada em Cognin, enquanto dois jovens manipulavam uma bomba caseira contida num extintor. Na explosão Zoe, uma jovem anarquista de 23 anos, morreu no local, ao passo que o seu namorado Michael, de 25 anos, ficou gravemente ferido e foi transportado de helicóptero até ao hospital de Lyon, onde permaneceu em coma durante vários dias.


Detenções

Michael foi acusado na cama do hospital, por “associação criminosa para a preparação de grupo terrorista” e por “fabrico e posse de explosivos”. Também lá teve lugar o sue primeiro interrogatório, onde afirmou que esteve sempre sozinho com Zoe. Michael encontra-se também sob custódia policial no hospital. Zoe e Michael viviam numa casa ocupada e participavam activamente em grupos libertários.

A ocupa, chamada “Les Pilots”, foi invadida por 130 polícias, entre eles unidades antiterroristas, com ordens para “encontrar todo o tipo de provas”. As 11 pessoas que se encontravam no local foram interrogadas.

Uma delas, Rafael, foi levado para a esquadra da polícia e após o interrogatório foi transferido para a prisão. A detenção de Rafael é sustentada na acusação de “pertencer a uma associação terrorista” e de “destruir documentos ou objectos que poderiam ter ligação com a preparação e o objectivo do artefacto explosivo”.

Rafael é acusado de destruir documentos relacionados com a explosão. Além disso, as autoridades sugeriram despejar a ocupação “Les Pilots”, com o pretexto de reestabelecer a ordem na cidade. Desde então, outras duas casas ocupadas foram invadidas por polícias e mais pessoas interrogadas.

Um excerto do comunicado da ocupação “Les Pilots”: “com tudo o que se passou, há uma enorme oportunidade para que isto seja utilizado pelo Estado, a fim de fomentar ainda mais o “inimigo interno”, já que hoje em dia as psicoses estão na moda. Isto dará lugar à aplicação de novas medidas de segurança, sobretudo agora, que se aproximam as eleições europeias (...). A polícia e o estado ainda não sabem do que é que estão à procura, e até que ponto estão dispostos a chegar. Para nós, esta história ainda não terminou.”

O procurador que tem a investigação em mãos é também o mesmo que participa nas investigações contra os chamados “9 de Tarnac”.

Rafael foi transferido para a prisão de Paris “La Santa”, após prestar declarações ao juíz. Encontra-se na mesma ala que Julien, o último preso dos “9 de Tarnac”. Em Chambery, um grupo de apoio convocou uma manifestação em solidariedade, à qual compareceram cerca de 200 solidários.


Actualização até ao dia 30 de Maio

A saúde de Michael melhorou e foi negado o pedido da sua libertação, continuando portanto preso no hospital. Michael encontra-se sempre acompanhado por um médico da prisão. Entretanto, Rafael foi libertado da prisão a 29 de Maio, mas foi submetido a um apertado controlo judicial:

- terá de permanecer na casa dos seus pais

- tem a obrigação de procurar trabalho

- proibição de entrar em contacto com outros envolvidos no caso (testemunhas/acusado)

- apresentação semanal às autoridades.

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