segunda-feira, 14 de julho de 2008

*7 Junho: após uma assembleia geral de residentes, centenas de moradores do bairro junto ao mar de Kalamaria, em Thessaloniki, derrubaram cercas que impediam o acesso à marina. Este local está a ser privatizado e impede o acesso dos moradores à beira-mar. Muitos dos habitantes locais aplaudiram esta iniciativa.
Fonte: direct action news from greece

*9 a 12 de Junho: à meia-noite do dia 9 de Junho, iniciou-se em Portugal uma paralisação “ilegal” de camionistas, com o objectivo de obter uma redução nos preços do gasóleo. Desde o início que os camionistas se distanciaram da ANTRAM (associação nacional de transportadores públicos rodoviários de mercadorias) visto não se sentirem representados.
Desde a primeira noite que se organizaram piquetes em quase todas as estradas; estes tinham como objectivo bloquear as estradas aos camiões que ainda circulavam e fazer os condutores aderir à paralisação. Num dos piquetes um camionista que tentava impedir um camião de seguir foi atropelado e acabou por morrer.
Algumas companhias de transportes deram ordens específicas aos seus motoristas para não aderirem à paralisação, sendo posteriormente estes camiões atacados com pedras, sabotados (cabos da bateria e dos travões cortados, pneus rasgados, etc.) e inclusivamente incendiados. No mínimo, cerca de 12 camiões foram incendiados, nomeadamente de empresas como a Jerónimo Martins (Pingo Doce), Makro, etc. Especificamente os camiões destas companhias tiveram, visto o clima que se fazia sentir nas estradas, de ser escoltados pelo corpo de intervenção da GNR até ao destino.
Devido à paralisação dos camionistas, os supermercados em todo o país ficaram praticamente vazios, assim como as bombas de gasolina, que começaram a ficar secas devido à falta de abastecimento, gerando o caos em várias cidades portuguesas – com filas de horas e horas para conseguir chegar perto da bomba.
Alguns jornalistas começaram a insinuar que esta situação exigia medidas mais drásticas por parte do governo, e que poderia chegar a altura de instaurar o estado de emergência. No dia seguinte, alguns jornalistas foram impedidos de fazer um directo pois alguns cabos essenciais tinham sido cortados por alguém que não tinha sido possível identificar.
No dia 11, após uma reunião a comissão representativa dos camionistas e empresários chega a um acordo com o governo (que cede em alguns pontos menos no mais importante, a questão do gasóleo profissional) e decide acabar com a paralisação. Alguns camionistas que se mantinham nos piquetes ficam desiludidos mas acatam a decisão.

















































Fonte: imprensa portuguesa



*12 Junho: cerca de 40 pessoas com capuzes invadiram a Universidade de Aristóteles, em Tessaloniki, dizendo aos guardas para deixarem os seus postos, começaram a destruir as cabines onde estes se encontravam e as cancelas que impediam a entrada. A primeira cabine a ser destruída foi uma à prova de bala, cuja destruição foi possível apenas com a ajuda de rebarbadoras, martelos e outras ferramentas. Todas as entradas da universidade acabaram por ficar abertas, visto que em algumas, guardadas por guardas e polícias à paisana, é necessário um passe especial para se poder entrar.
Para se ter uma noção da acção, os jovens que realizaram a acção tinham a cara tapada devido apenas ao pó que a destruição das cabines fazia, e não tiveram pressa para a conclusão da acção, falando com quem se aproximasse do local para ver o que se passava.
Durante a acção uma caixa multibanco foi destruida, e os policias que se aproximaram foram expulsos.

Excertos do flyer deixado no local:
“A cada dia que passa, em cada vez mais campos, ataques de domínio apoiados pela individualização e apatia geral, ganham força impondo os seus próprios termos e ideologias. A universidade não poderia sair deste contexto, sendo um importante mecanismo da consolidação e reprodução dominante, mas também, para o bem e para o mal, um dos últimos milieus da radicalização.


Simultaneamente e inseparavelmente com as tentativas de “reforma” (em direcção a uma maior privatização e intensificação) promovida na “educação”, há também na área universitária (até onde diz respeito) pequenas mudanças, talvez menos óbvias e publicitadas mas igualmente fortes, sem dúvida. Preenchendo ainda mais a forma e função da universidade: um estado de conhecimento institucionalizado, expressão da autoridade disciplinária produtivista (e não apenas repressiva), da produção da separação e extracção final de cidadãos especializados e obedientes, capazes de responder aos bioritmos do processo produtivo dos patrões.


(...)


E não, não gostamos da universidade tal como ela está agora, e óbvimante que não queremos que continue assim. Queremos também a sua mudança e transformação. Mas para isso, reconhecemos o seu desvio subversivo e revolucionário dentro de um contexto de total libertação individual e social. Entendemos isto como um pequeno momento desta luta.

Mandá-los-emos abaixo

Estudantes extra-muros, pessoas marginais infestando espaços”
Fonte: direct actions news from greece


*12 Junho: na mesma noite, nove ataques incendiários atingiram 9 alvos em Atenas e tessaloniki. Em Atenas, os alvos atingidos foram: um veiculo e o sinal da Hyunday, uma loja da Intersport (marca desportiva), uma loja da cadeia grega de fast-food Goody’s, provocaram danos numa sucursal do banco Pireaus, e meia-hora mais tarde outro veiculo da Hyunday ficou totalmente destruido em frente a um stand da marca. Em Tessaloniki, os ataques atingiram: uma loja da Vodafone, duas lojas da Goody’s e uma sucursal do banco Piraeus.


Um comunicado foi lançado após os ataques:
“A 12 de Junho de 2008, escolhemos atacar os patrocinadores da equipa nacional grega (cinco alvos em Atenas e quatro em Tessaloniki).


Tal como foi há quatro anos atrás com o “sucesso” da equipa nacional no euro, o mesmo acontece agora, uma onda de incrível estupidez, durante a qual milhares de palhaços se unem sob a bandeira do orgulho nacional.


As multidões domesticadas estão mais do que prontas a ignorar a sua miséria diária e a transformar-se durante alguns dia numa mistura de sorrisos, e celebrações patetas. Os mass media da estupefacção bombardeiam-nos com milhares de anúncios promovendo uma consciência nacional de ovelha, juntamente com o consumo em massa – o parâmetro necessário de cada festa de mercadorias. O papel dos patrocinadores corporativos multinacionais é mais que óbvio, tanto em promover a sua própria mercadoria como igual à unidade nacional, como em criar uma harmonia de lucro e implantação capitalista – recordação da nossa odiosa identidade nacionalista. É por isto que vos atacamos, fizemo-lo no passado, e iremos faze-lo no futuro.


A vossa festa está cheia de luzes brilhantes, inúmeros sorrisos, bandeiras nacionais, espectáculo dormente e nonsense difuso. As nossas únicas celebrações são durante a noite, quando as brilhantes luzes cederam o seu lugar à densa escuridão da delinquência e se transformaram na gasolina para o fogo, o movimento, a destruição. Porque a identidade nacional é para os medrosos, nunca nos deveremos com qualquer estado ou nação. O nosso único país é a Revolução, Violenta e Subversiva nos seus passos, ligada para aniquilar o vosso velho mundo.


Patrocinados generosamente pela Conspiração Células de Fogo



Fonte: direct action news from greece

*13 Junho: na estação de metro de Victoria, em Atenas, um grupo de pessoas destruiu cameras de vigilância e máquinas de venda de bilhetes, pintou frases a spray, e distribuiu flyers. Estas acções foram feitas contra a vigilância e o controlo, como mostrava o conteúdo das pintadas feitas, mas também em solidariedade com o detido M. Tsourapas-Chr.Kontorevithakis. Um banco próximo foi também atacado.

fonte: direct action news from greece

*13 Junho: em Atenas, bens de primeira necessidade foram expropriados de dois supermercados e posteriormente distribuídos no mercado de M. Voda.

O seguinte texto foi distribuído em flyers juntamente com os bens:
“Milhares de supermercados cheios de bens, porque raio não os pilhamos para nós!" – N. Asimos

Finalmente! Os supermercados e os tubarões corporativos congelam os preços dos seus produtos! Alguns deles foram até mais generosos que reduzir os preços, de modo a aumentar o ‘poder de compra’ dos consumidores. Por palavras simples: para ganharem mais! Como podemos ver que ninguém leva em conta essa tanga da chamada redução de preços, pusemos outra vez em acção o nosso próprio ‘pacote de medidas’ contra a opulência, expropriando comida e coisas básicas de grandes supermercados.

PS: ao que diz respeito à nossas caras tapadas, dizemos que, há que manter em mente não está ainda preparada e à vontade para ouvir bem e apoiar estes factos, por isso achamos necessário adoptar as medidas básicas para nossa própria segurança, contra o sistema de segurança e os mecanismos de repressão, de modo a podermos continuar a viver e agir livremente.

A ÚNICA MEDIDA CONTRA A OPULÊNCIA É A EXPROPRIAÇÃO.

INVASÃO MASSIVA DE SUPERMERCADOS PARA TOMAR DE VOLTA AQUILO QUE NOS PERTENCE.

Anarquistas enraivecidos contra a opulência”
Fonte: direct action news from greece

*14 Junho: em Kidlington, Oxfordshire, Inglaterra, os detidos do Centro de Detenção Temporária para Imigrantes Campsfield House, amotinaram-se pela segunda vez este ano. Os detidos começaram fogos e depois atacaram e tentaram passar a cerca que marca o perímetro das instalações do centro, mas não conseguiram passa-la.
As autoridades procurando controlar a situação enviaram uma força anti-motim especial, de nome “equipa Tornado”, composta por 50 agentes com equipamento especial. Havendo também alguns agentes com cães de ataque. Os bombeiros com a ajuda de 15 camiões não conseguiram controlar a situação durante pelo menos duas horas.
Outro ataque por parte dos detidos deste centro aconteceu já em Agosto passado, quando estes começaram fogos que levaram à fuga de 26 detidos que procuravam asilo em Inglaterra.

fonte: bombs & shields

*15 Junho: A polícia deteve um jovem de 17 anos acusado de assaltar 12 escolas em Lisboa, nas zonas de Penha de França e Alvalade .
Após ser apresentado ao juiz de Instrução Criminal, o jovem ficou em prisão preventiva. De acordo com a PSP, o jovem não parecia «possuir qualquer tipo de respeito pelas instituições de ensino», deixando «frequentemente um rasto de destruição».
Fonte: diário digital/Lusa

*17 Junho: no Peru, alguns residentes pobres do estado de Moquegua, rico em cobre, desarmaram e tomaram como reféns 48 polícias, e queimaram a esquadra. Isto aconteceu quando a policia tentou desmobilizar um bloqueio de uma das principais auto-estradas para o Chile e das minas de cobre pertencentes à Southern Copper, a maior produtora de cobre do país.

Os protestos tinham começado na semana anterior, com a população a tentar ganhar controlo de alguns dos recursos naturais; os mineiros da mina de Cuajone intensificaram os protestos quando iniciaram uma greve de dois dias. Na província vizinha de Arequipa, os mineiros estavam já em greve à uma semana, exigindo mais benefícios.

O chefe de pessoal do presidente, Jorge del Castillo, afirmou que não negociaria com os protestantes enquanto estes possuíssem alguma vantagem e pediu que libertassem os reféns.

Fonte: bombs and shields

*18 Junho: em Bogotá, Colombia, numa manifestação de estudantes contra a privatização do ensino e o início de pagamento pela educação, que sempre foi pública, manifestantes confrontaram-se com a polícia.

Quando a policia tentou entrar na Universidade Nacional, foi recebida pelos estudantes, que a receberam com pedras e fisgas. A polícia usou canhões de água e gás lacrimogéneo contra os manifestantes, que eram mais de 1000.

Pelo menos um manifestante e três polícias anti-motim ficaram gravemente feridos.

fonte: bombs & shields

*21 Junho: uma pessoa não identificada invadiu a livraria “Nea thesis”, em Atenas, expulsou as pessoas que se encontravam lá dentro e incendiou a loja.

Esta livraria é conhecida por vender livros da membros da ex junta militar e propaganda neo-nazi.


fonte: direct action news from greece

*21 Junho: pessoas não identificadas partiram a montra dos escritórios do partido LAOS (de extrema-direita), pela segunda vez em 9 dias.
Fonte: direct action news from greece


*23 Junho: durante a madrugada, uma pessoa desconhecida que seguia numa mota atirou um cocktail molotov contra um carro da polícia estacionado no exterior da esquadra de Salamina, em Atenas.
Embora o carro tenha ficado desfeito, ninguem ficou ferido.


fonte: direct action news from greece


 

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